quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Carta aberta à sociedade

No dia 20, foi repassado por email uma carta aberta à sociedade da Escola de Teatro da UFBA que será transcrita na íntegra a seguir


  CARTA ABERTA À SOCIEDADE

A Comissão Gestora do Diretório Acadêmico da Escola de Teatro da UFBA vem,através desta carta aberta, denunciar e cobrar providências à respeito do crime de violência sexual contra a mulher ocorrido no dia 19 de agosto de 2008, no *campus* de Ondina da Universidade Federal da Bahia.

O crime aconteceu pela manhã, no caminho que une a Escola de Dança ao Instituto de Letras da UFBA. Uma estudante do curso de Dança foi abordada por um homem armado, que obrigou à acompanhá-lo até o local onde a estuprou.
A estudante foi socorrida por professores e encaminhada à Delegacia para prestar queixa.

Lamentamos profundamente o ocorrido e disponibilizamos o nosso total apoio à vítima.

VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER

A questão de gênero merece atenção especial. A violência sexual e agressão contra mulheres dentro e fora de seu domicílio atingem índices alarmantes e, portanto, merecedores de políticas públicas eficazes por conta do Estado e de denúncias por conta da sociedade.

O crime de estupro ocorrido no *campus* da Universidade Federal da Bahia, localiza-se entre tantos que - de forma lamentável - são cotidianamente cometidos contra a mulher.

Dentro e fora da UFBA as pessoas - qualquer pessoa - necessitam de proteção.

Exigimos dos órgãos responsáveis pela Segurança Pública do Estado e da Administração Central desta Universidade, as medidas de proteção e segurança necessárias.

SEGURANÇA NA UFBA

Não é a primeira vez que um crime de estupro é cometido nos *campi* da Universidade Federal da Bahia. Não é também o único caso de violência sexual ou agressão contra a mulher. Ao contrário, a UFBA tem sido cenário frequente de, além desses, crimes de assalto contra as pessoas que transitam por seus diversos *campi*.

Dessa maneira, faz-se necessário, com urgência, a concretização de medidas de segurança já aprovadas em Conselhos Superiores desta Universidade e ainda não implementadas pela atual Administração Central. Este crime poderia ter sido evitado caso as deliberações do Conselho Universitário já tivessem sido colocadas em prática.

Acreditamos que as medidas de proteção e segurança que se fazem urgentes, não passam por entricheirar ou isolar a UFBA da comunidade (com muros,grades ou controles de acesso). Ao contrário, as medidas a serem adotadas devem vir de forma a transformar os *campi* da UFBA em espaços de socialização, convivência e trânsito de toda a comunidade, sem prejuízos às reservas de Mata Atlântica abrigadas nos *campi.* Ou seja, fazer da UFBA uma Universidade verdadeiramente Pública.

Para garantir a segurança e proteção das pessoas que transitam em seus *campi*, defendemos a criação de uma guarda universitária de caráter preventivo, com estatuto próprio, não terceirizada, concursada, não militarizada e gerida por conselho formado entre as três categorias: professores, funcionários e estudantes.

POSTURA DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL

Em declarações públicas à comunidade e à imprensa, os dirigentes máximos da Universidade Federal da Bahia tem revelado a maneira - no mínimo, desreipeitosa - com que tem tratado a questão.

Em reunião com estudantes, funcionários e professores, diante da imprensa, no salão nobre da reitoria logo após ter sido cometido o crime, o vice-reitor Francisco Mesquita amenizou a gravidade da violência alegando que a vítima estava em 'condições propícias ao crime'.

O reitor Naomar de Almeida Filho, em matéria do Correio da Bahia de 20/08/08 apresenta dados tão somente da segurança patrimonial terceirizada, e rsponsabilizando-se da segurança pessoal de toda comunidade que transita pelos *campi. *Acrescentou, ainda, que '*cada centavo que se gasta com segurança privada representa um recurso que deixa de ser investido na melhoria do ensino*', ignorando que para haver condições de ensino, pesquisa e extensão deve haver condições mínimas de trânsito nos espaços da universidade.

Mais uma vez lamentamos o fato ocorrido.

Estamos atentos aos espaços de discussão, construção e deliberação de políticas de segurança na Universidade Federal da Bahia.

Atenciosamente,

Comissão Gestora do Diretório Acadêmico da Escola de Teatro da UFBA

Um comentário:

Thiago Pondé disse...

Carta para os Estudantes e Servidores da UFBA-

Proposta Emergencial Efetiva-

-Para debate do grupo apartidário e na luta movida pela paixão e anseio de transformação- (Proposta para votação no Consuni de Terça como Medida Emergencial)


Ano passado, em visita ao Rio de Janeiro, para encontro estudantil de Arte (Enearte), morei com alguns colegas e amigos da UFBA e de outras universidades do Brasil, durante uma semana na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), no Campus Universitário do Fundão situado na Linha Vermelha, próximo ao Aeroporto Galeão e rodeado por algumas comunidades (favelas). O regime de transporte lá funciona da seguinte maneira: O interior da universidade faz parte da rota de algumas linhas de transporte público (os ônibus entram para pegar e deixar estudantes e servidores da UFRJ). Não sei exata a quantidade de pontos, porém onde existem, há iluminação e trânsito de pessoas. No anseio emergencial necessário, para que não se tomem medidas drásticas, vejo que além das propostas de remanejamento e seleção de um contingente especifico de guardas universitários e da iluminação de pontos críticos, esta medida a curto prazo, pode amenizar a violência e fortalecer a segurança, reiterando ainda a maior vontade dos estudantes realmente movidos pela causa: Estabelecer e fortalecer a comunicação com a comunidade EXTERNA da UFBA. O êxito do exemplo da URFJ, que me surpreende e inspira, deve servir de modelo para nós, visto que sua cidade é mais violenta que a nossa, porém não há tantos casos críticos de violência dentro da universidade como há aqui.

Por isso, proponho como medida emergencial a curto prazo que se feche acordos com o governo e com as linhas de transporte públicas que haja um pequeno acréscimo na rota, senão de todos, pelo menos de alguns ônibus:

- AS LINHAS DE ÔNIBUS QUE TENHAM EM SEU PERCUSSO A AVENIDA ADEMAR DE BARROS EM ONDINA, ENTREM NO INTERIOR DO CAMPUS PARA BUSCAR SERVIDORES E ESTUDANTES EM PELO MENOS DOIS PONTOS “PROVISÓRIOS” E BEM ILUMINADOS LOCALIZADOS NA ÁREA INTERNA DA UNIVERSIDADE.

- ALGUMAS LINHAS DE PONTOS DISTINTOS E CENTRAIS DA CIDADE QUE TENHAM EM SEU PERCUSSO A CARDEAL DA SILVA, QUE ENTREM NA ESTRADA VELHA DE SÃO LÁZARO PARA BUSCAR SERVIDORES E ESTUDANTES DA UFBA.

- O QUE MAIS OCORRER COMO PAUTA.

Esclarecendo uma parte que pode suscitar dúvida:



realmente em proporcionalidade e levando-se em consideração que a UFRJ poderia estar numa área de maior "foco" da violência, realmente lá não há tantos casos como aqui.



é bom reiteirar esta parte para não deixar dúvida!

REFLITAM. ESTA É UMA MANEIRA REAL E PRÁTICA DE SE AGIR, OBTENDO UMA HARMONIA MAIOR ENTRE TODAS AS PARTES.