sábado, 4 de outubro de 2008

Estudante de dança é agredida após tentativa de assalto dentro do campus

Ás 8:15 hrs do dia 1º de Outubro, um homem tentou assaltar uma estudante da escola de dança. Como a vítima se recusou a entregar sua mochila, foi agredida.

A vítima estava saindo da Escola em direção ao Banco do Brasil quando o meliante abordou-a logo depois do estacionamento, exigindo que ela passasse a mochila. A estudante se recusou, e o ladrão agarrou na mochila da mesma. A estudante segurou a mochila e ficaram disputando-a. Por fim, o ladrão desistiu da empreitada, e ao sair, deu um soco na boca da aluna.

A aluna prestou ocorrência na prefeitura de campus da UFBA, onde foi orientada a NÃO prestar queixa na delegacia normal, sob a alegação de que não havia necessidade. Mesmo assim, a vítima prestou queixa na delegacia da barra

Comissão de imprensa

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Esclarecimentos públicos da comissão de imprensa

Venho por meio do blog pedir desculpas a toda a comunidade estudantil por não estar presente na última reunião do CONSUNI. Parte dos problemas ocorreu por falta de comunicação entre os próprios conselheiros com a direção da escola de dança, e desta, como os estudantes, que ficaram sabendo 4 horas antes da reunião do CONSUNI. Outra coisa foi a falta de disponibilidade nossa, devido a problemas pessoais.

Comissão de Imprensa

Carta manifesto do movimento vozes de Salvador

CARTA MANIFESTO

ÀS AUTORIDADES E AO POVO DE SALVADOR

MOVIMENTO VOZES DE SALVADOR

Os signatários deste documento, cidadãos brasileiros que se interessam pelo bem público, pela preservação e pelo progresso de Salvador em bases sustentáveis e justas, pronunciando-se em seu próprio nome e em nome de associações civis, de organizações não governamentais, de entidades diversas que legitimamente representam, vêm, por meio desta Carta Aberta, manifestar às autoridades e ao povo sua profunda preocupação com a situação presente desta cidade e com as ameaças que pesam sobre ela. Já não é possível ocultar a violência do processo acelerado de degradação ambiental e de descaracterização desta metrópole, carente de um efetivo planejamento urbano, de políticas sérias capazes de proteger-lhe o rico patrimônio histórico-cultural, de garantir a preservação de sua beleza e de suas reservas naturais, assim como o bem estar e a qualidade de vida dos seus cidadãos. Denunciamos, pois:

· a inoperância dos órgãos públicos que deveriam cuidar desses objetivos, mas se omitem ou se curvam diante de imposições contrárias à cidadania, obedecendo a interesses de grupos poderosos que apenas consideram o próprio lucro, sem respeito pelo coletivo;

· a constante subordinação do cuidado da cidade ao capricho dos interesses imobiliários, a obediência cega de gestores e técnicos dos órgãos públicos a imposições de empreiteiros, a falta de controle social efetivo neste campo;

· a irresponsabilidade que prevalece no plano da gestão ambiental e urbana de Salvador, com desobediência às leis ambientais, fragilização deliberada dos órgãos encarregados de fazê-las observar no município, ausência de diretrizes urbanísticas sérias;

· a falta de transparência e de critério tanto na definição como na execução de obras públicas, freqüentemente realizadas com dispêndios excessivos e com prioridades duvidosas, com desmazelo técnico, material precário e acabamento incompleto, sobretudo em período eleitoral;

· a ligeireza com que são licenciados empreendimentos que têm repercussão muito grave na configuração do espaço público, sem uma séria ponderação dos impactos ambientais, sociais e urbanísticos;

· a ausência de um autêntico projeto sustentável para a Cidade, capaz de contemplá-la e à sua região metropolitana de maneira inteligente, sistêmica e democrática;

· a leviandade com que o espaço urbano está sendo manipulado e a injustiça social que este descaso implica;

· a segregação crescente das camadas mais pobres em guetos da cidade informal, privados de infra-sestrutura digna e de serviços públicos adequados, submetidos a condições precárias que os sujeitam a abusos;

· o impacto da deterioração urbanística e da degradação do meio ambiente como fatores de incremento da violência desenfreada, ainda sem combate eficaz em Salvador;

· a indecência do racismo ambiental que fere esta urbe de maioria negra;

· a obscuridade que encobre os processos de tomada de decisão no tocante à urbe, ao sabor de lobbies sem controle e de conchavos infra-políticos;

· os artifícios que distorcem, embaraçam e finalmente inviabilizam a participação popular no planejamento e na gestão da cidade;

· os maus tratos inflingidos à Baía de Todos os Santos, a falta de um plano sério que a contemple.

Alertamos para a ameaça de um colapso urbano que se anuncia gravemente ruinoso para Salvador, com o estrangulamento viário, a falência do sistema de transportes, a redução galopante das áreas verdes, a crise de saneamento, o abate indiscriminado de árvores (inclusive pelo poder público), a ausência de tratamento e reciclagem de lixo, a falta de proteção efetiva e sistemática aos mananciais, o incremento de múltiplos vetores epidêmicos, a crise habitacional, a permanência de uma iníqua distribuição de terras, a falta de um efetivo e regular controle cidadão da ocupação e uso do solo urbano.

Repudiamos a aberração em que se converteu o que deveria ser um Plano Diretor do Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Salvador, deformado, adulterado, mutilado e distorcido a ponto de tornar-se um mero instrumento de manipulação da cidade, franqueada assim ao jogo de interesses obscuros; condenamos a farsa antidemocrática da aprovação de uma caricatura desse plano na calada da noite, com emendas irresponsáveis e desfiguradoras, a serviço de interesses mesquinhos. Exigimos respeito para com o patrimônio histórico de Salvador e prometemos lutar para que esta bela cidade não seja estupidamente desfigurada como vem acontecendo. Advertimos atuais e futuros gestores de que estamos dispostos a fiscalizar e cobrar, vigiar e denunciar, reclamando tratamento digno para a Cidade do Salvador e seu povo.

sábado, 13 de setembro de 2008

Professor de dança é violentado pela PM

No dia 30 de agosto de 2008, Sábado, por volta das 14:30, dentro da agência do Banco do Brasil – Cruzeiro de São Francisco - Pelourinho, Leonardo Augusto Luz Alcântara Silva (cliente correntista), foi preso por policiais da Delegacia de Proteção ao Turista, por supostamente ter colocado um aparelho vulgarmente conhecido como "chupa-cabra", o qual é construído criminosamente para captura de dados e posterior clonagem de cartões eletrônicos, segundo os policiais, por denúncia do vigilante da referida agência. Foi conduzido a delegacia, apanhou ao negar acusação, foi algemado e por fim "autuado em flagrante" no ART. 171 c/c 14, Inciso II.

Ficou encarcerado até 01 de setembro de 2008, segunda-feira, quando foi solto, sob fiança, por volta das 11h. O inquérito ainda está em aberto.

"Respeite a Polícia!!!!!"

É com imenso pesar.... Não !!!

Seria com essa nada original expressão que eu Leonardo Luz, 32 anos, negro, artista, educador, estudante, CIDADÃO, deveria iniciar este relato sobre o fato de como tive meus direitos cerceados, fui humilhado, agredido, ameaçado, acusado e por fim "Autuado em Flagrante", pela sempre por mim respeitada Polícia Civil do Estado da Bahia.

Infelizmente, esse é só mais um caso, a fila é longa, e eu, só mais um. Imagino de que adiantaria gritar daqui a minha inocência, honra e moral aviltadas, se como arte-educador que sou, não refletisse sobre o que poderia ter motivado o infeliz equívoco dos policiais que me prenderam e autuaram.

Inclusive, não se trata do brado individual de quem se sentiu injustiçado. Mas antes, uma busca pela consciência de uma sociedade que continua a marginalizar os seus cidadãos negros. Também não é uma ofensiva contra a instituição em questão. Muito pelo contrário é um esforço para que, em tempos de imenso descrédito das instituições públicas, possamos cada vez mais confiar nesses servidores, porque deles precisamos.

Somos todos responsáveis, sejamos então empreendedores da nossa cidadania e da cidadania dos nossos semelhantes para que tenhamos que nos deparar cada vez menos com esses lastimáveis eventos que prendem e marginalizam os ignorantes e desamparados.

Relendo o Profº Paulo Freire, me lembro que é necessário "Reconhecer que a História é tempo de possibilidade e não de determinismo, que o futuro, (...), é problemático e não inexorável."

Como cidadãos devemos nos afastar dessa ideologia fatalista que nos imobiliza e cala. Em tempos de profundas discussões sobre o histórico preconceito sócio-racial, ainda se faz necessário salientar que este tipo de desventura ofenda na sua maioria cidadãos negros e pobres.

Eu apanhei da polícia, por falar a verdade, ou seja, negar o que estavam me acusando. Esse tipo de experiência atinge os princípios pelos quais somos educados e educamos nossos filhos. Esse manifesto é um decisivo NÃO, a esta realidade de injustiça e preconceito.

Convoco a todos aqueles que acreditam que podemos construir uma sociedade melhor.

RESPEITO.

Leonardo Luz

domingo, 7 de setembro de 2008

Segundo Sindivigilantes, UFBA reduziu número de vigilantes após estupro em Ondina

Em reunião do Fórum Comunitário de Combate à Violência, Vladimir, representante do sindicato de vigilantes do estado da Bahia, disse que a universidade não aumentou o efetivo de vigilantes, mas que na verdade retirou alguns de seus postos. Segundo ele, o que houve foi uma realocação de postos, onde vigilantes de outros setores foram encaminhados para áreas mais inseguras, como o memorial à mata atlântica e a escada de arquitetura.

Outro ponto importante apresentado por ele foi a redução de pessoal dos últimos 10 anos. Até 1998, a UFBA constava com cerca de 400 vigilantes, nesse período houve uma redução para cerca de 200 vigilantes, e a algum tempo, a redução foi para 20. Não foi abordado por ele se esse número era de vigilantes concursados. Caso seja, a UFBA consta hoje com 18 vigilantes concursados a mais de 10 anos atrás.

Além disso, ele apresentou algumas propostas de atuação para o estudantes, como exigir a imediata implementação do plano de segurança aprovad0 em 2003 e uma maior participação dos estudantes dentro de comunidades.

Comissão de imprensa UFBA

Ministério publico realiza reuniões sobre degradação ambiental, urbanística e cultural de Salvador.

O ministério público em conjunto com a sociedade civil vem realizando reuniões sobre a degradação ambienta, urbanística e cultural que vem acontecendo em Salvador.

O próximo encontro será no dia 10 de setembro, ás 17:30, no ministério público. A reunião é aberta a toda sociedade. Haverá também um pré-seminário no dia 24 de Setembro no período da tarde, onde serão tratados assuntos de acordo com os eixos temáticos já ditos.

Caso haja interesse em saber os assuntos abordados na reunião, pode mandar um email para imprensa.ufba@gmail.com que podemos enviar as pautas das últimas duas reuniões, acontecidas no dia 26 de agosto e dia 02 de setembro

Comissão de Imprensa UFBA

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Violência, universidade e sociedade

Segue abaixo mais um texto elaborado por um leitor do blog

Olá a todos os companheiros: estudantes, artistas, autônomos e trabalhadores. Sabendo do ato violento ocorrido na UFBA na terça-feira e suas repercussões, manifestos com faixas de protesto e o texto do C.A. de Teatro denunciando o ocorrido, abordando a violência contra a mulher e sugerindo medidas de segurança a serem adotadas na UFBA, refleti muito sobre a nossa cidade, nossa indiferença cotidiana com relação às pessoas ao nosso redor, nossa apatia e omissão em relação as nossas ruas, bairros e a gestão da nossa cidade. Pensei também sobre a atual postura "realista" da maior parte de nossa sociedade que aceita resignada e conivente a concentração dos recursos naturais e do poder, a destruição do meio ambiente e a extinção de povos e culturas.

A violência crescente que temos vivenciado nos centros urbanos parece resultar de um processo lento e eficaz de brutalização dos seres humanos, que suspeito ter forte relação com a grande diferença social entre os homens, atualmente mantida pela estrutura do trabalho capitalista, que concentra poder e recursos materiais na mão de poucas famílias, subjugando e explorando grande parte da população, que tem poucas chances de viver bem e trabalhar em algo realizador. As relações de afeto e de poder no convívio familiar, na escola e no bairro são importantes na construção do caráter dos indivíduos, podendo estimular comportamentos solidários, competitivos ou violentos, estas relações são influenciadas pelos meios de comunicação e pela ética capitalista, nesse sentido atualmente assistimos a morte do conceito de vizinhança e o enfraquecimento da vida comunitária em nossos prédios, ruas e bairros.

No Brasil, durante a ditadura militar, foi iniciado um processo de degradação do sistema de educação pública, simultaneamente muitas lideranças sociais foram assassinadas, setores conservadores assumiram o controle dos meios de comunicação, a existência de grandes latifúndios foi assegurada e o domínio das grandes corporações capitalistas garantido, uma estratégia quase infalível para o embrutecimento de uma sociedade. Passada a ditadura, vivenciamos o regime "democrático”, com a chegada de partidos de esquerda ao poder, experimentamos a melhoria de alguns serviços sociais, a construção lenta de políticas participativas, redes de associações civis são formadas, porém a terra, o capital e os meios de comunicação continuam dominados por poucos e o embrutecimento social se reconfigura mais humano.

Nossa sociedade dirigida historicamente por homens recria as dominações de gênero, agora travestidas de propaganda, músicas e danças. Em Salvador, no contexto da expansão do turismo e do carnaval, a idéia de Bahia Terra da Alegria, com mulatas lindas e nada mais, é estimulada pelo setor empresarial e pela mídia que construíram a hegemonia de uma cultura de massa que usa a mulher e o sexo como mercadorias, daí músicas como: senta que é de menta; vaza canhão; abre, abre,abre... Nas ruas de Salvador são triviais assédios verbais do tipo: gostosa, te chupo toda e outros mais invasivos como: passar a mão no cabelo de uma passante, pegar na bunda alheia sem prévia autorização, estando estes atos associados à afirmação da masculinidade.

A reivindicação de mais segurança nas universidades e a apresentação de um plano de segurança são atitudes fundamentais para minimizar a violência nos campi, porém é preciso atacar as suas causas socioeconômicas, transformar as relações de poder na família e nas diversas instituições sociais. Para reduzir efetivamente a violência são necessárias mudanças profundas na nossa sociedade, construir outra forma de fazer política (representação x participação), gerir de forma participativa nossas ruas, nossa cidade, criar assembléias populares deliberativas, fortificar os Fóruns de entidades civis, estruturar o trabalho de forma autogestionária¹, cooperativar as grandes corporações, distribuir a terra. Para reduzir a violência são necessárias mudanças estruturais ou vamos apenas pedir mais policiamento, a construção de mais presídios e manter a miséria longe, reformar o capitalismo com a cara da social democracia.

A luta contra a violência e o empobrecimento cultural e biológico do nosso planeta pede da universidade uma postura mais ativa na abordagem e construção de metodologias e práticas nos campos da política participativa, democratização da mídia, economia solidária, desenvolvimento ecológico, saúde pública, preservação das comunidades tradicionais e da cultura popular.

Vemos nossa cidade piorar² e estamos cada vez mais amedrontados, mas para interferir, além de atuar individualmente, temos de participar dos espaços das decisões políticas da cidade, ir nas reuniões do Plano de Desenvolvimento Urbanístico de Salvador(PDDU); para preservar o meio ambiente temos de ir nos Fóruns de Meio Ambiente, participar de reuniões de sindicato, de associações de rua, mover processos no Ministério Publico, participar de projetos locais, ações que demandam tempo, investimento e compromisso, e da forma como o trabalho está estruturado, com 8:00h horas diárias de jornada de trabalho, o trabalhador está impossibilitado de participar efetivamente da vida política da nossa sociedade enquanto as grandes corporações contratam advogados e todo corpo técnico e político para elaborar e aprovar grandes empreendimentos, como construção de estaleiros em Salinas, expansão do turismo no litoral, da mamona na chapada diamantina, da soja no oeste, do eucalipto no extremo sul, do setor imobiliário na Bahia inteira.

Os estudantes, professores e funcionários da Universidade pública podem realizar projetos de pesquisa e extensão, ciclos de debates e intervenções sociais que procurem soluções efetivas para problemas atuais de nossa sociedade. As diferentes faculdades podem fomentar pesquisas e projetos de extensão que ajudem na construção de políticas públicas nos setores de educação, saúde, meio ambiente, cultura, trabalho. Por exemplo, as faculdades de arquitetura, biologia, geografia, sociologia, poderiam estimular monografias, teses, seminários e projetos de extensão sobre a ocupação da cidade contribuindo com a construção do nosso plano diretor. Além disso, a universidade pode abrir seus prédios e dispor seu corpo de trabalho para a população em geral através de aulas abertas, cursos para professores e funcionários públicos, oferecendo vagas a seus funcionários.

Juntamente com os movimentos sociais e entidades civis, a universidade pode propor metodologias e defender direitos que garantam o diálogo entre a sociedade e o estado como: a redução da jornada de trabalho, a conquista de dias livres para a organização da sociedade civil (reuniões, assembléias, cursos), a criação de uma secretaria de agricultura familiar, a adoção da educação contextualizada pelas escolas públicas, a utilização da medicina popular pelos órgãos de saúde, a utilização de tecnologias ecológicas para produção agrícola e energética, etc., criando assim condições para o surgimento de uma democracia real.

A universidade deveria oferecer subsídios teóricos e metodologias para fortalecer a luta pela distribuição do poder, democratização dos meios de comunicação, preservação da diversidade cultural e do meio ambiente, e desse modo reduzir efetivamente a brutalização dos homens.

______________________________________________________________________________

1) Aqui caracterizado como trabalho em cooperativas ou associações nas quais as decisões são tomadas participativamente e os lucros divididos de acordo com a carga horária ou número de metas alcançadas, sendo estas estipuladas coletivamente, em geral, neste modelo de gestão, os trabalhos mecânicos, intelectuais ou administrativos recebem remunerações equivalentes.

2) Houve uma redução dos espaços públicos e culturais e sua ocupação por empreendimentos privados:

- O Teatro Maria Betânia virou um Bingo e agora Churrascaria,

- O Cinema do Rio Vermelho deu lugar a uma Igreja Evangélica,

- A fábrica de papel do Rio Vermelho e o antigo clube de aviação, espaços solicitados pela população para uso sócio-cultural durante passeatas e outras manifestações foram tomados pela rede de Postos Shell e Mcdonalds e pelo Aeroclube.

- As florestas da paralela se transformaram em shoppings modernos e conjuntos habitacionais (tipo Aphaville), acessíveis apenas à elite de Salvador.

- O Santo Antônio está sendo leiloado aos empreendedores estrangeiros.

- O nosso Plano de desenvolvimento não foi construído pela sociedade e causa grandes impactos ambientais e sociais:

- O novo PDDU mudou o gabarito da orla, permitindo construção de prédios de 18 andares em quase toda orla de Salvador e não garantiu a preservação da maior parte das áreas verdes que ainda existem na cidade.

- Sem uma construção participativa, projetos de reurbanização têm sido impostos de cima p/ baixo desconfigurando nossa cidade, arrancando calçamentos históricos, como no Porto da Barra, e canalizando rios, como na Avenida Centenário.

OBS: Plebiscito não é uma construção participativa, é uma consulta popular que a sociedade conquistou depois do projeto estar finalizado e da obra iniciada.

Aion Sereno - Biólogo formado pela UFBA, Integrante do Coletivo sócio-ambientalista, organismo coordenador do projeto de Manejo Ecológico do Fundo de Pasto - IMA- BA(antigo CRA)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Fórum Permanente de Combate à violência acontece amanhã, ás 10 hrs

Amanhã (04/10, ás 10 hrs) acontecerá mais uma palestra do Fórum Permanente de Combate à violência, o tema será "Que segurança queremos?".

Os debatedores convidados serão

Gey Espinheira - doutor em Sociologia e pesquisador do centro de Recursos Humanos da UFBA

Rodrigo - Representante da associação de moradores do alto das pombas

Vladimir - Representante do sindicato de vigilantes da Bahia

Elonisa Costa - do Fórum Comunitário de Combate à Violência

Comissão de Imprensa

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Institucionalmente, a UFBA não pode destinar ajuda financeira para a estudante violentada

Em uma reunião tensa, convocada por professores, alunos e a diretora da escola de dança para que o reitor prestasse esclarecimentos sobre o não-cumprimento das medidas ditas em assembléia, que previam custear qualquer necessidade que viesse assolar a vítima.

Na reunião, o reitor disse que, institucionalmente, é impossível a universidade arcar com qualquer forma de tratamento médico/psicológico particular, pensão ou qualquer outra forma de auxílio financeiro que não seja na forma da bolsa do projeto permanecer, pois seria impossível constar tal quebra de protocolo nas contas da universidade. A única ajuda que o reitor disse que poderia acontecer, em caráter institucional seria solicitar a FAPEX que o dinheiro da bolsa permanecer da qual a vítima tem direito e que está atrasado desde junho fosse liberado, para auxiliar nos custos, principalmente de transporte (este seria o único auxílio financeiro que a universidade pode dar legalmente). Outro parecer foi de que o único tratamento médico que ele poderia oferecer seria no Hospital Universitário, pois seria impossível incluir nas contas da universidade tal gasto, mesmo com o caráter emergencial. Como a estudante se encontra em outro estado, o mesmo entrou em contato com o reitor da universidade federal do local, solicitando que a estudante fosse atendida nele, e o outro reitor garantiu o tratamento. A estudante saiu do estado para poder se recuperar e se afastar um pouco do stress que viveu essas últimas semanas.

Um dado relevante que o reitor não soube explicar foi como a universidade pode arcar com três passagens aéreas para a vítima e para a família.

A vítima e a família têm passado diversos transtornos financeiros, por ter que gastar com passagens aéreas, ligações interurbanas, muitas vezes para celulares em horário comercial, custear o aluguel da casa em Salvador e as despesas no local em que se encontra, e o único meio de transporte que ela pode usar é o taxi, por que a família não possui carro e também por que a vítima tem tido diversos efeitos colaterais que chegam a impossibilitá-la de andar e comer, devido a forte medicação, excluindo assim o transporte público. Sem escolha, a estudante teve suspender um remédio importante por não poder ir num hospital e não aguentar os efeitos colaterais do mesmo.

Como caráter emergencial, estudantes, funcionários e professores juntaram-se para ajudar financeiramente a vítima.

Comissão de Imprensa

Universidade não está arcando com as despesas da garota violentada

Hoje chegou até nós que a UFBA não tem arcado com a despesas da estudante violentada, no último dia 19.

Ficou acertado verbalmente com a mãe da vítima, o reitor Naomar e o pró-reitor de assistência estudantil, Álamo Pimentel que a universidade arcaria com as despesas com tratamento psicológico, médico, passagens e ajuda de custo, porém, somente foram possíveis as passagens para a mãe da vítima para sua casa, e da vítima, para a casa de um parente que, por ser num local mais afastado, o assédio de amigos e até mesmo da mídia seria menor. A família entrou em contato via email com o pró-reitor, informando do caso. Os estudantes de dança ao saberem do que se passava, durante uma assembléia interna da escola, resolveram ir até o escritório do mesmo pedir esclarecimentos sobre o caso. Nesta reunião com os estudantes, o pró-reitor disse que essa questão esbarrava em questões jurídicas, por se tratar de dinheiro público, e que demoraria de uma à duas semanas para que as solicitações feitas com a mãe da vítima fossem atentidas, e que essa alçada estava fora da esfera de ação em que ele poderia atuar, a única coisa que pode ser feita no momento, foi contatar o hospital universitário local para que pudesse atendê-la, mas a família não dispõe de recursos financeiros para levá-la para o hospital universitário local

Em virtude dessa impossibilidade de ação do pró-reitor, a direção da escola entrou em contato com reitor Naomar de Almeida, e este aceitou comparecer para uma reunião aberta na escola de dança, ás 17 hrs, para prestar esclarecimentos.

Até o momento, a universidade arcou com passagens aéreas para a mãe e para filha, transporte para diversos locais e alimentação, mas somente no período que ela esteve aqui. Além disso, teve garantido que ela não perderia o semestre e nem sua bolsa

Comissão de imprensa

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Fanfarra das artes

Comissão pró-enearte apresenta:

FANFARRA DAS ARTES
1º Semana: Segurança e Arte

Dia 03/09 - Escola de Teatro
18 h - MESA: Segurança e arte

Dia 04/09 - Escola de Música
19 h - Mostra: Cangaço Urbano (Música), Natuêre (Música), Andarillos (Música), BAC1 (Dança), Estações (Dança) e várias performances artísticas !

05/09 - Escola de Dança
18h - Oficina: "Corpo reprimido, corpo repulsivo", ministrada por Thiago Enoque

Entrada gratuita !
Inscrições limitadas !

Faça parte você também !
enearteufba@gmail.com

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Carta aberta dos estudantes de Psicologia

Segue abaixo carta aberta dos estudantes de psicologia da UFBA, encaminhada á nosso email


CARTA ABERTA DAS REIVINDICAÇÕES DA ASSEMBLÉIA EXTRAORDINÁRIA DOS ESTUDANTES DE PSICOLOGIA

O ato de violência sexual praticado contra uma estudante da Escola de Dança da UFBa na última terça-feira, 19/08/2008, gerou uma grande inquietação da comunidade desta instituição. Diante disto, os estudantes do curso de Psicologia da UFBa, desde o acontecido, vêm se mobilizando para aprofundar as discussões a respeito da crise de segurança instaurada na Universidade e pensar estratégias de efetivação do Plano Integrado de Segurança dos Campi da UFBa, aprovado em CONSUNI (Conselho Superior Universitário), para implementação desde 2004.

Em razão desses acontecimentos nós, estudantes de Psicologia, viemos através desta carta aberta comunicar as decisões tomadas na Assembléia Extraordinária dos estudantes de Psicologia, realizada no dia 25 de agosto de 2008, na sala 33 da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH), das 10:30 às 13:00h, deste dia.

1º) Os estudantes de Psicologia paralizarão suas aulas nos dias 26 e 27 de agosto deste ano para cumprir a seguinte agenda:

1.1 – Concentração em FFCH às 7:00 do dia 26/08/2008 (terça-feira) seguindo em direção à Reitoria da UFBA, onde será realizado o CONSUNI com pauta única (Segurança).

1.2 – Realização da Assembléia Geral dos estudantes de Psicologia da UFBa, às 8:00 h do dia 27/08/2008 (quarta-feira), tendo como pauta as deliberações do CONSUNI e o “passo-a-passo” , seguindo posteriormente em direção à Reitoria onde acontecerá a Assembléia Geral dos estudantes da UFBa às 11:00h.

2º) Criação do Fórum Permanente sobre a Segurança da UFBa, que conte com a participação de membros das Comunidades circunvizinhas e estudantes. O Fórum deve se responsabilizar por formas de integração entre a Universidade e as Comunidades em questão além de fomentar a discussão sobre violência e gênero. O D.A.Psi deve ficar responsável pela divulgação do Fórum, bem como de suas atividades.

3º) Criação de uma comissão que busque formas de atuação com as comunidades vizinhas, elaborando projetos conjuntos com elas. Tal comissão teve suas atividades iniciadas logo após sua criação, seguindo para o Calabar para contactar com os representantes da referida comunidade.

4º) Esclarecimento do plano de segurança de São Lázaro que é diferente do projeto da Reitoria.

5º) Criação de uma grade cercando o Campus com tantos acessos quanto forem necessários.

Apontamos como pertinentes as seguintes reivindicações da referida Assembléia:

1º) Que seja implementado o mais rápido possível o Plano de Segurança, já aprovado em 2004.

2º) Que a Universidade garanta verba necessária para a realização dos projetos de extensão que busquem a inclusão social dos que moram próximos aos Campi.

3º) Que a Comissão de implementação do Programa Integrado de Segurança dos Campi da UFBa, divulguem o desencadeamento das discussões do site da UFBa.

Fazemos nossas as palavras do representante da Comunidade do Alto das Pombas em carta aberta destinada à comunidade da UFBa. A discussão a que nos propomos não pode estar dissociada da realidade enfrentada por toda a cidade de Salvador nem tampouco restrita à redoma de professores, funcionários e estudantes.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Escola de dança volta a funcionar normalmente

Hoje, ás 13h foi decidido numa reunião de congregação que a escola de dança deve voltar as suas atividades normais, saindo assim do estado de emergência, porém, o fórum permanente de combate á violência permanecerá em funcionamento, com programação ainda a definir

Comissão de Imprensa

Instituições na Bahia para o auxílio de mulheres em situação de risco

Chegou a nosso email uma lista de instituições que prestam apoio à mulheres, jovens e crianças em situações de risco, principalmente riscos decorrentes de violência. Aos que puderem repassar, será de grande apoio

REDE DE ATENÇÃO ÀS MULHERES


CENTRO DE REFERENCIA LORETA VALADARES – Prevenção e Atenção a Mulheres em Situação de Violência: oferece atendimento psicológico, social e jurídico para mulheres em situação de violência.
Telefones: 3235-4268 / 3117-6770
E-mail: centroreferencialv@salvador.ba.gov.br

DEAM – Delegacia Especial de Atendimento à Mulher: recebe e apura denúncias de violência contra a mulher.
Telefones: 3116-7000 / 31167001

Casa de Oxum: acolhimento a meninas, de 08 a 17 anos, em situação de risco.
Telefone: 33280146
E-mail: casaoxum@hotmail.com

CEDECA – Centro de Defesa da Criança e do Adolescente: oferece atendimento jurídico e psicosocial a crianças e adolescentes vítimas de todo tipo de violência.
Telefones: 3243-8499/ 33269878 / 0800 28 45 551
E-mail: cedeca@cedeca.org.br

CENTRO MARIA FELIPA – SESSÃO DE VALORIZAÇÃO À MULHER POLICIAL MILITAR: atendimento a apoio psicológico e jurídico para mulheres policiais militares, filhas e esposas de policiais militares, vítimas de violência.
Telefones; 3117- 4691 / 4653
E-mail: cmf@pm.ba.gov.br

CENTARL DE ATENDIMENTO À MULHER: serviço nacional, implantado pela Secretaria Especial de políticas para as Mulheres, que recebe e orienta denúncias sobre violência contra a mulher.
Telefone: 180

CHAME – Centro Humanitário de Apoio à Mulher: prevenção ao Tráfico Internacional de Mulheres e combate ao Turismo Sexual.
Telefones: 3321-9166 /9100

Casa Abrigo Mulher Cidadã: abrigo provisório, e centro de promoção pessoal e social, para mulheres e seus filhos em risco de morte por violência doméstica e/ou sexual. Endereço sigiloso. Encaminhamento através da DEAM.

CICAN – Centro de Referência em Oncologia do Estado: faz prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de câncer.
Telefones: 3116-5555 / 5542 / 5541
E-mail: cican@saude.ba.gov.br

CREAS SENTINELA – SERVIÇO SENTINELA: atendimento e apoio a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, extensivo aos familiares.
Telefones: 3382- 1407 / 3884
E-mail: sentinela@pms.ba.gov.br

Defensoria Pública do Estado da Bahia: oferece assistência jurídica.
Telefone: 3341- 2490

Disque Saúde Mulher: telefone de abrangência nacional; orientação e informação sobre saúde e violência contra a mulher.
Telefone: 0800 61 19 97

Fundação Cidade Mãe: órgão municipal que presta atendimento a crianças em situação de risco.
Telefones: 3176-8300 / 3322-0175
E-mail: cidade_mae@pmf.ba.gov.br

IPERBA – Instituto de Perinatologia da Bahia: maternidade que trata de casos de DSTs e AIDS, contracepção de emergência, interrupção de gravidez em casos de estupro.
Telefones: 3453-6400 / 6409 / 6404
E-mail: iperba.secretaria@saude.ba.gov.br

OAB/ SOAJE: Serviço de Orientação E Assistência Judiciária.
Telefones: 3321-3377
E-mail:

Projeto Viver / IMLNR – Serviço de atenção a pessoas em situação de violência sexual; atendimento médico e terapêutico, individual e em grupo; acompanhamento social às vítimas de violência sexual e seus familiares.
Telefones: 0800 284 22 22 / 3117- 6700
E-mail: viverssp@yahoo.com.br

Pró-Menor: serviço de denúncia de maus-tratos e abuso sexual contra crianças e adolescentes. A denúncia pode ser anônima.
Telefone: 0800 71 3020

SAJU/ UFBA – Serviço de assistência judiciária prestado pelos estagiários do Curso de Direito da Universidade Federal da Bahia.
Telefones: 3336- 7155 / 3247- 7376
E-mail: direito@ufba.br
Observação: o mesmo serviço é prestado pelos estudantes de Direito da Universidade Católica de Salvador – UCSal.
Telefone: 3324- 7783

SPM – Superintendência Especial de Políticas para as Mulheres/ PMS: órgão municipal responsável por propor, elaborar e coordenar Políticas Públicas para as Mulheres.
Telefones: 2108- 7300/ 7309/ 7310 / 7312


Conselhos Tutelares:
Aplicam medidas de proteção a crianças e adolescentes em situação de risco e dão assistência às famílias dos menores. Procure o CONSELHO TUTELAR mais próximo da sua casa.

Telefones:

  • 3312- 8088 (ROMA)
  • 3321-4561 (BARROQUINHA)
  • 3245-8914 (FEDERAÇÃO)
  • 3256- 1922 (LIBERDADE)
  • 3249- 9731 (ITAPUÃ)
  • 3460- 6301 (PERNAMBUÉS)
  • 3309- 5513 (CASTELO BRANCO)
  • 3219- 4586 (CAJAZEIRAS)

O Coletivo de Mulheres, do Sindprev/ BA, tem colocado em prática, por meio de reuniões, palestras e debates, o papel do Coletivo, que tem como objetivo planejar ações políticas inerentes às questões de gênero, na busca de uma conscientização do papel da mulher como parte integrante e participativa da sociedade. Estamos disponibilizando no nosso site, endereços, e-mails e telefones de Órgãos, Entidades e Projetos que estão diretamente relacionados à violência contra a mulher.

Comissão de Imprensa

P.S: Venho prestar neste tópico, nossos sinceros agradecimentos à Júlia Lobo, estudante de psicologia, que desde que soube da existência do blog, tem enviado materiais excelentes para nós. Obrigado

Letras divulga carta para a comunidade acadêmica

Após uma assembléia realizada no instituto de letras, no dia 25 de Agosto. Chegou até nós hoje uma carta direcionada a toda comunidade acadêmica. Segue abaixo a carta original.


Universidade Federal da Bahia,

Instituto de Letras,

Centro Acadêmico Jorge Amado, gestão Verbos


Carta aberta à comunidade Acadêmica da Universidade Federal da Bahia


Nós, estudantes do Instituto de Letras da UFBA, em assembléia realizada no dia 25 de agosto de 2008, decidimos retificar algumas decisões encaminhadas através da congregação do dia 21 de agosto de 2008.

Diante da releitura do documento em questão, entendemos que algumas medidas emergências e de médio e longo prazo não atendem as perspectivas das comunidades que permeiam a universidade, ferindo a principal questão discutida em universidade publica, que é o espaço publico.

A medida emergencial no entorno dos campi só valida o sentimento de segregação e discriminação da comunidade UFBA em relação as comunidades vizinhas. Afinal, a política de atuação desta se mantém em constante decadência e defasagem. O que impede e inibe o dialogo e trânsito entre ambas.

As medidas a médio e longo prazo no que diz respeito ao fechamento dos campi, definição das entradas de acesso e introdução do controle de acesso através de crachá magnético para estudantes, funcionários, professores e visitantes só agravam a verdadeira patologia social em questão: a violência.

Foi consenso, em assembléia, que seria uma maior violência fechar as portas para a comunidade, afinal, a UFBA, como instituição publica e mantida por dinheiro publico, deve criar consciência em atender a necessidade das comunidades locais em geral.

Portanto, a medida tomada pela universidade segue-se contrária à expectativa dos estudantes e da comunidade. Encaminhamos a proposta de integração da comunidade e da universidade com criação de atividades que discutam amplamente a situação da violência, pois ela não se restringe ao espaço universitário ou espaço comunitário, mas sim, abrange a ambos.


Comissão de imprensa

Carta dos vigilantes à comunidade universitária

Hoje recebemos uma carta vinda da diretoria do Sindivigilantes/BA (Sindicato dos vigilantes do estado da Bahia) direcionada a toda comunidade acadêmica. O conteúdo da carta fala por si. Segue abaixo o texto integral da mesma.


CARTA DOS VIGILANTES À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA

Acerca da violência e a questão da segurança na UFBA


Na semana passada toda a comunidade da UFBA foi abalada com mais um episodio de violência: uma estudante foi estuprada.

Mais uma vez, os vigilantes contratados através de empresa privada, muitos com até 24 anos de serviços prestados na Universidade, são eleitos por alguns “bodes expiatórios”.

O debate sobre tema tomou corpo e envolve a todos.

Os vigilantes terceirizados que prestam serviço à Ufba não podem ficar de fora dele e querem, inicialmente, manifestar total e irrestrita solidariedade a estudante vitimada e a todos aqueles vitimados por violência na área da Ufba nos últimos meses.

Querem também deixar o mais veemente repudio as tentativas de responsabilizar-los pela precariedade da segurança, pela falta de respostas à violência e repetidas situações que agridem a vidas de alunos, professores e funcionários, até porque é impossível falar em segurança com seriedade e comprometimento sem que seja executado o planejamento aprovado a quase 6 anos, mesmo contendo alguns equívocos, tampouco levado a serio a contratação de empresas capacitadas tecnicamente, que dê suporte de fato as reais necessidade da segurança, bem como sem a vontade política da atual administração e a sua opção pelo cuidado apenas com o patrimônio.

Não resta duvida que a atual administração da Universidade fez a sua opção pela proteção do patrimônio material em lugar da proteção de pessoas. Trocou profissionais de segurança no turno diurno, por pessoas necessárias a serviços de portaria, mas que não tem nenhuma tarefa de cuidar de segurança, apenas da entrada e saída de materiais. Daí, falar em segurança neste contexto, é atentar contra a inteligência e o profissionalismo.

  • Porque não contratam empresas sérias, capacitadas tecnicamente, que cumpram suas obrigações trabalhistas e sejam capazes de executar minimamente um planejamento de segurança?
  • Porque a administração da Ufba não assume as tarefas de cuidar de outros aspectos indispensáveis para a questão da segurança (rádios e outros equipamentos de comunicação, iluminação do campus, limpeza e conservação de áreas com vegetação, controles de entradas e saídas de pessoas, rondas moveis, etc.)?
  • Porque a empresa e Universidade não executam um programa para melhorar a capacitação dos vigilantes?
  • Porque não elaboram e disponibilizam para os vigilantes e a comunidade um manual de procedimentos ?
  • Porque não utilizam de rondas motorizadas (carros, motos, etc.)?
  • Sobre segurança, nós somos profissionais e tecnicamente preparados.

Necessário que nos ouçam e parem simplesmente de nos apontar como culpados pelas suas omissões e amadorismo de outros.

Trabalhamos pela integridade e pela vida das pessoas, o maior patrimônio.
Segurança é coisa séria.
Salvador, 25 de Agosto de 2008.

Sindivigilantes/BA
Diretoria


Comissão de Imprensa

Diretora da escola de dança retrata-se publicamente de sua fala

No dia 22 de Agosto, Dulce Aquino, diretora da escola de dança enviou ao Sr. Nilton Régis Mascarenhas, comandante geral da polícia militar no estado da bahia, um pedido público de desculpas por ter se referido aos policiais militares como "animais".

Segue abaixo a retratação:

Salvador, 22 de agosto de 2008.


Ao Sr. Nilton Régis Mascarenhas
Comandante Geral
Polícia Militar da Bahia

Prezado Comandante,

Tomando conhecimento de matérias jornalísticas veiculadas no Correio da Bahia de 21 e 22 de agosto do corrente ano, quero apresentar a Policia Militar, como instituição, e a todos seus membros meu sentimento de respeito e reconhecimento do importante papel em defesa do cidadão e da sociedade brasileira.

Esclareço que minhas palavras reproduzidas nas matérias dos jornais foram retiradas do contexto onde a emoção travava a voz e as palavras não conseguiam expressar com firmeza as idéias e conceitos formulados mentalmente. Estava, naquele momento, profundamente chocada com a violência sexual sofrida por uma aluna da Escola de Dança no campus da UFBA.

Entendo que o alto teor de violência a que toda nossa sociedade está submetida, principalmente, nas grandes cidades, por força da criminalidade gerada pelo tráfico de drogas leva os indivíduos a atuarem com seus instintos mais primitivos e sub humanos.

Minhas palavras naquele momento não foram formuladas adequadamente e a forma com que foram veiculadas permite uma interpretação que traduz um preconceito à polícia militar que não condiz com meus verdadeiros sentimentos.

Reconheço, por último, no desempenho de suas funções que os policiais são os grandes alvos da brutalidade e da violência contra eles praticados por indivíduos de comportamento marginal.

Assim, apresento minhas desculpas a toda corporação extensivas aos seus familiares por qualquer constrangimento que aquelas palavras possam ter causado.

Atenciosamente,

Dulce Aquino


Comissão de Imprensa

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Deliberações do CONSUNI

Hoje, ás 8 horas, foi retomada a reunião do CONSUNI (conselho universitário) iniciada na última quinta-feira, onde a comissão temporária de segurança foi instaurada como permanente. Logo no início, diversos estudantes, vestidos em camisas com os dizeres "Na Ufba?? Foi Comigo !!" deitaram no chão em frente ao palanque enquanto estudantes de música realizavam sua performance, paralelamente, o salão nobre da reitoria era decorado com cartazes, com frases pedindo segurança, respeito e prazos.

As decisões apresentadas no início da reunião foram, em linhas gerais, as seguintes:

  1. Melhoria e manutenção dos postes de luz, com a troca de lâmpadas;
  2. Poda e roçagem para áreas de maior circulação;
  3. Ampliação de condições de trabalho da área de segurança;
  4. Equipamentos que otimizem o trabalho dos seguranças (como rádios);
  5. Parceiria com órgãos públicos, desde polícia militar à empresas de transporte para melhoria da segurança nos entornos dos campi;
  6. Uso de câmeras em pontos críticos e/ou estratégicos nos campi;
  7. Ampliação do contingente de pessoal relacionado à segurança;
  8. Cumprimento de rondas, principalmente em Ondina;
  9. Realização de fóruns e seminários sobre a temática da segurança.
Após as decisões da comissão de segurança, começaram os discursos dos conselheiros. Em todas as falas, a indignação com o ocorrido e a reiteração da proposta de dizer não a polícia militar dentro dos campi das UFBA era presente, assim como a necessidade de medidas a médio e longo prazo. Idéias não faltaram, cada unidade trouxe diversas medidas, algumas de acordo com suas necessidades, e outras mais amplas, que teriam como proposta serem estendidas pelos outros campi da UFBA.

Uma nova reunião do CONSUNI foi estipulada para daqui a cerca de 15 dias, para que sejam avaliadas e fiscalizadas se as ações de caráter emergencial foram realizadas e quais foram seus resultados.

-

Sem dúvida, um dos momentos mais marcantes da reunião foi a intervenção dos alunos da escola de teatro, entrando todos de preto, com sacos na cabeça, parando em frente á bancada em que o reitor estava sentado, levantando as mãos, e, em seguida, indo até um balde, cheio com tinta vermelha, e mergulhando as mãos nela, iam até as pessoas próximas e davam as mãos, compartilhando aquele que seria um sangue de todos nós. Uma das intervencionistas foi até a bancada oferecer sua mão completamente molhada na tinta vermelha para os membros da banca, que aceitaram, com um pouco de receio, mas certos de que aquilo era responsabilidade deles também. Foi um dos momentos da reunião em que o reitor mais esteve próximo pros estudantes durante toda a reunião.

Comissão de Imprensa

P.S: Caso alguém tenha fotos deste momento, enviem para nós, por favor

Nota extra:

O prazo que chegou até nós foi de que até sexta feira, a maioria das medidas tenham sido tomadas, mas para efeitos mais claros, fica-se definido até a próxima reunião do CONSUNI, em quinze dias, onde serão levantadas as melhorias feitas

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Esclarecimentos públicos sobre a mata


Essa matéria tem como intuito prestar esclarecimentos sobre a mata que foi divulgada pela imprensa como "ponto de maconha", "abandonada" e diversos outros adjetivos pejorativos, principalmente pelo jornal A Tarde, na notícia "Delegada afirma que "Não houve estupro na UFBA""

Primeiramente, a mata em que ocorreu a violência, é chamada de Memorial da Mata Atlântica, em homenagem á mata atlântica que antes havia ali, aquela região é uma região de reflorestamento. Antigamente, o local era um grande pátio de exposições. Assim a chamarei até o fim por não se trata de uma mata qualquer, que está ali só por estar.

O Memorial da Mata Atlântica desempenha diversos papéis dentro da universidade, muitos deles constando na grade curricular de muitas unidades, tornando assim o memorial um local de estudo e convivência de estudantes, semelhante a uma sala de aula.

Os cursos de Medicina Veterinária, que fica próximo ao memorial, e o de Biologia utilizam constantemente o memorial para estudar seu bioma, catalogar insetos, aves, ver possíveis pragas, classificar plantas. A presença de turmas completas são comuns no local, diverasas horas do dia, o que podem causar estranheza para olhos menos acostumados, principalmente quando cruzam com um grupo de cerca de 30 pessoas, saindo de dentro da mapa com seus jalecos brancos e seus cadernos na mão, fazendo notas enquanto o professor mostra algo.

A ação não se restringe a estes cursos, o curso de dança usa constantemente a área para suas pesquisas, seja fazendo aulas, experimentações coreográficas ou mesmo, criando trabalhos para serem executados no memorial ! Tudo isso, devidamente registrado e institucionalizado.
(a foto ao lado mostra estudantes de dança fazendo experimentação para o módulo de estudos dos processos criativos I).

Mas, talvez um dos mais belos trabalhos que acontecem no memorial é o do mestre percussionista Ivan Machado. Ele, artista reconhecido internacionalmente, já tendo tocado ao lado de personalidades como Bob Marley, realiza um trabalho voluntário há anos, totalmente gratuito que consiste em oficinas percussão, poesia, mandalas, artes em geral e ecologia para pessoas das comunidade no entorno da UFBA e estudantes, dentro do memorial, todas as sextas-feiras, no período da tarde, na casa em que, infelizmente ocorreu a violência, e que foi veiculada pela mídia como abandonada. A atividade estava em processo de institucionalização pela Escola de dança, já que ele realizava sua oficina também aos sábados, porém teve sua entrada proibida na portaria da universidade por não ter permissão para utilizar o espaço aos sábados, espaço este que deveria ser aberto à comunidade em geral. A institucionalização permitiria que ele as realizasse dentro do memorial

Tratando em linhas gerais, é possível ver que a tão (mal) falada "mata" não é um lugar qualquer com um monte de árvores que servem como refúgio de ladrões, é uma área de convivência essencial para a UFBA, assim como as salas de aula, devido a sua importante para a comunidade acadêmica que fazem um bom uso da mesma. Que é limpa e bem cuidada ao máximo por todos que utilizam dela. Ao andar por ela, é possível ver diversas trilhas, muitas delas com cerquinhas de bambu e, acreditem, as vezes sem folhas, pois os frequentadores frequentemente retiram as folhas para preservar as trilhas naturais.

O memorial da mata atlântica é um local importante para a UFBA, tanto quanto qualquer sala de dança, medicina veterinária ou biologia, pois trás muitas vezes a prática para próximo do ambiente acadêmico.

Comissão de imprensa emergencial

Assembléia sobre a Degradação Ambiental

Amanhã dia 26/08/2008 às 17:30 no espaço do Ministério Publico situado na Av. Joana Angélica, 1312, Nazaré, acontecerá uma assembléia sobre a degradação ambiental e a desconfiguração da área verde da cidade de Salvador.

Fórum de combate à violência continua nesta quarta-feira

O fórum de combate à violência continua nesta quarta-feira na escola de dança. Hoje, Débora Cohim, Elonisa Costa e Aninha Franco fizeram deus debates na escola de dança. A programação continua nesta quarta-feira (27). Segue abaixo a programação.

Fórum Permanente de Combate à Violência
Quarta-feira - 27/08
9h00 - Francisca Eleonora (Centro de referência para mulheres em situação de violência)
11h00 - Reunião aberta de congregação
Toda a programação acontecerá no Teatro do Movimento, na Escola de Dança, na Av. Adhemar de Barros, portão 1
Comissão de Imprensa

Carta aberta da associação de moradores de alto das pombas

Hoje pela tarde, chegou até nós uma carta de um representante da comunidade de alto das pombas, que expressa a posição da comunidade em relação a algumas propostas de segurança e quanto à universidade


Carta Aberta a Comunidade Acadêmica da Universidade Federal da Bahia


Nos últimos dias toda comunidade acadêmica da UFBA vem intensamente discutindo as questões de segurança no Campus Universitário, tendo como foco o São Lázaro e o PAF de Ondina. Entendemos que é salutar tal discussão, mas que a mesma não está dissociada da realidade enfrentada por toda a cidade de Salvador.

Também nos últimos meses vários jovens dizimados em nossa cidade, todos negros, pobres e moradores de áreas periféricas, dentre elas a própria comunidade do Alto das Pombas, vizinha a FFCH.

Em junho choramos pela morte de quatro jovens, vítimas de disputas de tráfico de drogas que foram violentamente assassinados.

Tal ação nos leva a refletir sobre qual violência estamos discutindo? Se a da omissão da Universidade que ao mesmo tempo em que tão próxima é tão distante dos problemas sociais que a circundam ou da mídia de excessos que sempre aguarda uma tragédia para discutir algum problema que de certa é relevante para sua classe social, ou para angariar mais fundos para manutenção desse modelo de reprodução de injustiças sociais?

Sempre convivemos harmonicamente com a universidade, principalmente pelo fato da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas se confundirem com nosso espaço
geográfico.

Mantivemos ao longo de vários anos a nossa autonomia, mas sempre com visão crítica sobre o papel social da mesma e principalmente questionando o formato laboratório que a mesma sempre adotou nos processos de diálogo com a comunidade.

Pensando assim pedimos que ao discutir o problema da violência na UFBA, não seja somente considerado o prisma de quem supostamente ela atinge de imediato, mas compreenda que cobrir de muros, gradearem as unidades educativas e principalmente colocar pessoas despreparadas para fazer a suposta segurança de nada adiantará para alcançar tal finalidade.

Conclamamos pelo bom senso de compreender que tal problema ultrapassa os espaços da UFBA e que se faz necessária uma discussão mais apurada com as Comunidades entorno dos Campi.

Esperamos que os professores, funcionários e estudantes que são protagonistas desta discussão, possam entender que tal problema social não se resolverá numa redoma, tão pouco num grupo seleto de pessoas que se reúnem para a busca de soluções de
momentos-crise, mas tomando medidas que ultrapassem as formas tradicionais,
ampliando a relação da UFBA com a comunidade, não limitando-se a ações pontuais
no semestre, a pesquisa-laboratório com a comunidade ou a antiga compreensão de
que não sabemos o que realmente queremos e que não somos capazes de construir
como parceiros, um novo modelo de UFBA, que seja verdadeiramente inclusiva, de
qualidade e pública para todos.
Salvador, 25 de agosto de 2008
Comunidade do Alto das Pombas

Este corpo foi violentado

Estudantes de dança criam a série de fotografias "Este corpo foi violentado". Disponível no Flickr http://www.flickr.com/photos/midiaalternativa . Segue abaixo algumas fotos:






Comissão de Imprensa

Estudantes criam álbum no Flickr

Estudantes de dança criam flickr para mostrar trabalhos realizados e fazer registro fotográfico de ações que estão acontencedo.

Várias fotos já estão disponíveis, basta acessar http://www.flickr.com/photos/midiaalternativa

Comissão de Imprensa

domingo, 24 de agosto de 2008

Uma carta de indignação

Hoje recebi uma carta de um estudante de dança que retrata uma realidade vivida constatemente por estudantes da unidade: o preconceito. Irei transcrevê-la abaixo na íntegra

Amigos, sei que muito já foi dito , mas sinto ainda que palavras me restam...

Peço paciência para vossos olhos. A carta pode parecer um pouco emocionada, porque quando é com alguém muito próximo os sentimentos se confundem. Infelizmente estou distante do movimento por uma questão de uma viagem a trabalho. Mas quero aqui me fazer presente e dizer que outros se manifestem, façamos crescer. Que ultrapasse as barreiras de UFBA e movimente outros espaços. Um movimento contra a violência da mulher e a brutalidade do pensamento dos gestores públicos. Assim segue >>>>

Quero acrescentar palavras...

Após ler o texto escrito pela Gestão do Diretório Acadêmico de Teatro da UFBA,e tantos outros online, além de conversar com amigos, o que de fato me espanta é a posição dos nossos gestores universitários. O Vice-Reitor da UFBA, Francisco Mesquita, ao insinuar, ou melhor, dizer claramente, que a aluna se encontrava em situação propícia ao estupro, pela forma como se trajava, no mínimo é um ato de brutalidade que o coloca no mesmo nível do violentador. A meu ver um olhar tão machista, libidinoso e ignorante, onde o corpo da mulher é tão objeto de consumo sexual, que pra ele o fato de uma garota caminhar com saias curtas já a coloca em situação de risco. Afirmo novamente: MACHISTA, LIBIDINOSO e IGNORANTE. Alguém que julga o corpo feminino como o lugar do mero sexo, prazer, tentação, pudor e poder... é assim que vos vejo, senhor vice-reitor.

Felizmente tive outra formação, assim como a estudante em questão. Somos de DANÇA. Temos outra relação com o corpo e não admitimos comentários como esses, ainda mais vindo de um gestor universitário.

Na UFBA, estes tipos de ataques são normais... não é primeira vez que a instituição toma posicionamentos de tolhimentos ao corpo. Há tempo atrás, porém não tão distante, 2005, um outro aluno na Escola de Dança foi abordado na portaria central do Campus Ondina por um segurança por estar andando sem camisa. Isso porque o aluno havia acabado de retornar de uma aula prática na praia e estava voltando ao Campus para banhar-se e trocar de roupa. Não precisou que o aluno o explicasse o fato, nem mesmo o segurança lhe deu espaço para isso. O aluno foi agredido verbalmente e ameaçado pelo segurança. No meio dos insultos e sarcasmos do segurança, não faltou a velha discriminação machista, ignorante e também libidinosa (por que não?), de interpelar o aluno como "viado", "bicha", entre outros – PORQUE??.

Foi um escândalo (abafado) no Campus. Alunos, professores, funcionários e diretoria da escola se mobilizaram protestando contra a ação do segurança. A universidade então pediu o afastamento do funcionário, terceirizado, que não foi demitido, somente transferido de posto. Não se tratava de demitir o funcionário, a questão está para além disso. O problema maior era a normalidade como eram tratadas as coisas, e pior, houve ainda quem desse razão ao segurança. Alegaram ser falta de respeito do estudante caminhar sem camisa, ou seja, o segurança devia ter feito mais do que fez. (?)

Os casos não param por ai. Alunos e alunas da Escola de Dança são constantemente assediados pelos seguranças da portaria central da universidade. Olhares, comentários, sacarmos e piadinhas assediosas durante a passagem dos alunos, principalmente as mulheres, são comuns todas as manhãs. Não esqueçamos também dos gays, sim porque a Escola de Dança da UFBA tem Gays. Não só lá... em toda universidade, na cidade, enfim (E qual o problema??).

E isso tudo não acontece somente devidas as saias curtas citadas pelo vice-reitor não. As piadinhas, risinhos, comentariozinhos, são super comuns. Qualquer coisa: da cor do cabelo à maneira como andamos, tudo é motivo. O nosso corpo a todo tempo é mirado. E se dizemos algo, há sempre quem afirme que temos mesmo que andar com roupas X e não Y (como o VICE-REITOR INSINUOU).

Dizemos não!

Não vamos contribuir com esses comentários absurdos. Não deixaremos de caminhar na trilha que liga Letras a Dança, nem mudaremos nossas roupas, nem nos comportaremos diferentes.

O mais louco dessa história toda é que tudo é dentro do espaço universitário, e pior, numa universidade que tem uma Escola de Dança mais antiga da América Latina. Os cinqüenta e dois anos da nossa faculdade ainda não foram suficientes para abrir nem mesmo a visão dos nossos gestores. A eles, preferem preservar o patrimônio: os prédios, objetos e "coisas" da universidade são protegidas por uma segurança privada que nem dá conta disso. Casos de roubos e furtos acontecem cotidianamente entre as grades e paredes da UFBA. Como cabos enoooormes de cobre que roubaram da Escola de Dança em 2006. Cabos enooormes sumiram da escola que fica na entrada principal do Campus Ondina, onde supostamente há o maior reforço de segurança. Fora os computadores, fax, projetores, câmeras, entre tantos outros.

O que a UFBA quer proteger?

Enquanto isso a vida dos estudantes, professores, funcionários fica a disposição da violência carnal e verbal. Sim, porque qualifico a declaração do Vice-Reitor um ato de violência. Violência a mulher, a uma jovem... violência a um curso inteiro, porque sim!! Continuaremos a usar nossas roupas de aula (que chamamos de “MALHA”) e até mesmo as saias curtas e caminharemos no Campus da Universidade, mesmo lembrando dos olhares de pudor, moralismo, machismo, violento, libidinoso e ignorante do nosso vice-reitor.

Lamentavelmente temos um gestor que pense dessa maneira...

Também de Luto,

Sérgio Andrade

Aluno da Escola De Dança da UFBA.

Em Cali, Colombia.

Comissão de Imprensa UFBA

P.S: Aos que enviarem textos para o blog, por favor, criem um título !

Conjunto de ações para manifestação estudantil II

Numa reunião mais íntima entre estudantes de diversos cursos, em sua maioria artes, foram decididas algumas ações a serem realizadas até terça-feira, na reunião do CONSUNI (Conselho Universitário)

Segunda-Feira

Por volta das 12 hrs, após o Fórum Permanente de Combate à Violência, estudantes farão um ato de intervenção na Av. Adhemar de Barros, em frente ao portão 1 da UFBA, por cerca de 15 minutos. Outra parada talvez seja realizada no período da tarde, em local e horário ainda por decidir.

No período da manhã, será confeccionado também material gráfico, como panfletos, faixas e camisetas. Caso você tenha uma camiseta branca, leve até a escola de dança para pintar "Na UFBA ? Foi comigo !". Cerca de 30 camisetas já foram pintadas e serão utilizadas principalmente na reunião do CONSUNI. Algumas pessoas e o diretor de Belas Artes se solidarizaram a ajudar também. A confeccção desse material gráfico continuará no período da tarde.

Terça-Feira

7h45 - Sacos na Cabeça - A intervenção realizada na assembléia de quinta-feira será repetida. Leve sua sacolinha com olhos e boca pintada. Façam um buraco pra cada olho, e, se incomodar muito, um no nariz, além de usarem sacolas largas, que ajuda bastante na hora de respirar. Algus estudantes estarão distribuindo essas "sacolas" também, mas leve a sua. A concentração será na frente da reitoria.

Foi decidido também fazer um levantamento do que foi realizado até agora como proposta de segurança, inclusive o plano de segurança aprovado, para ser discutido em na escola de dança. Como alguns alunos de psicologia já estudaram o plano de segurança, e terão reunião de congregação em São Lázaro, informarei as pessoas responsáveis por isso na escola de dança, e tentarei contatar alguém de psicologia para que o debate possa ser mais proveitoso.

Outras ações poderão ser desenvolvidas no decorrer dos dias, principalmente por parte de música, que será contatada amanhã pelas pessoas presentes na reunião de hoje

Comissão de imprensa emergencial

Um outro texto especial ...

Hoje, a poucos momentos, uma aluna do curso de direção teatral escreveu um texto, que nos foi enviado e que resolvemos publicar no blog. Irei transcrever o email na íntegra.


Olá, sou Vida Oliveira, aluna do curso de Direção Teatral da Escola de Teatro da UFBA e escrevi algo sobre o assuno que penso talvez ser interessante de ser colocado no Blog. Escrevi-o, ao ler o texto de Olga Lamas, por e-mail.
Segue, abaixo, o texto.

"Há algumas coisas que acho importante considerar neste caso: A primeira é que não importa o fato, e sim a possibilidade de ele acontecer. Afinal, estava esta moça andando pela universidade e, ao que eu saiba, num ambiente universitário, não deveria haver, de forma alguma, qualquer risco. E ponto. Não há o que se dizer a mais por Naomar ou Mesquita de modo a justificar o fato. Apenas devem assumir que não cuidaram da segurança da instituição. Com ato consumado ou sem ato consumado, uma aluna foi colocada em risco e adquiriu traumas que levará para o resto da vida – me desculpem os detentores do poder desta universidade por ser tão profunda - mas isso, vocês sabem, nada apagará. Pro resto da vida, reitero.

Ou seja: Ainda que se mudem as coisas, a partir de agora, ainda temos um grande problema: Esta garota tem um trauma, precisa de ajuda e, inclusive, no mínimo, um pedido pessoal de desculpas, especialmente do Reitor e Vice-reitor, por falta de competência em assegurá-la. Não sei se isso já foi feito, mas deixo aqui o meu pensamento de que é algo imprescindível.

Ontem eu estava na aula de Inglês – faço também o curso de extensão da UFBA – e ouvi minha professora contar que a garota em questão havia contado que o homem tinha cadernos. O que quer dizer que o autor do ato ignóbil poderia ser um aluno da Universidade. Ora, nós sabemos que este ato de instinto animal pode estar, de fato, em qualquer lugar. Sabemos que, se houvesse segurança na faculdade, em caso de estarmos falando de um aluno, ele não teria a chance de fazê-lo lá, mas ainda o faria, em outro lugar, em outro momento. Nesse caso, me pergunto: O que se fazer para evitar que pessoas com problemas psicológicos tão intensos sejam matriculados? Há de se lembrar, por exemplo, que não seria tão impossível que fosse um aluno, afinal, quem foi o homem que matou, alguns meses atrás, a namorada a tesouradas? Era também aluno da UFBA. Houve o caso do aluno de direito que matou a namorada e jogou no mar, algo assim. Eu sei que esses casos fogem ao controle de quem estiver no poder, mas imagino que alguém mais inteligente que eu possa ter alguma idéia de como impedi-los. Porque é um caso grave, imprevisível. Você não espera que alguém que tem acesso a educação e à cultura vá fazer isso. E, com tudo isso rodeando os meus pensamentos, me preocupei bastante ao ouvir que poderia ser um aluno, porque seria o terceiro caso este ano e, eu - com discursos tão completos que tenho, muitas vezes - nesse caso, não saberia nem o que dizer, tampouco saberia do que reclamar.

Não escrevi este – depoimento, eu diria – com o simples intuito de sugerir soluções práticas e óbvias, mas porque, desde ontem, me paro pensando nesses dois pontos importantes sobre o caso e, no entanto, não vejo simplicidade no problema, ao contrário, me parece cada vez mais complexo.

Mas, de fato, não quero diminuir a culpa de quem é culpado, ao falar da possibilidade de ser aluno, apenas queria colocar também este ponto. Acho que deixo claro aqui, que, como aluna da UFBA, como alguém que acredita na educação e na educação pública, estou cá, indignada.

Me faço falar, para aproveitar a oportunidade, também, que quando se fala que se deve pensar em segurança, acredito que seja pensar em segurança como pessoas que têm educação e não em animais instintivos, ou seja, pensar em segurança não é destruir o pouco que ainda se em de mata atlântica.

Devemos, acredito, nesse momento, pensar juntos em soluções – acho que é isso que vim dizer – pensar juntos. Achar soluções boas e lutar para que sejam colocadas em prática, sempre pensando no bem de todos, sem pensamentos políticos à frente disto. Apenas o bem maior.

E tenho dito.

Vida Oliveira – Aluna da Escola de Teatro da UFBA.


Acredito que posso agradecer por todos a sua preocupação por criar material para a postagem no blog
Comissão de Imprensa emergencial

sábado, 23 de agosto de 2008

Legislação de estupro e atentado violento ao pudor

Hoje, após pesquisa em diversos sites, conseguimos encontrar a legislação para crimes de estupro e atentado violento ao pudor e como são caracterizados e etc.

A legislação será trascrita do site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm
um site do governo que contém tais informações.

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA OS COSTUMES

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

Estupro
Art. 213 - Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:
Pena - reclusão, de seis a dez anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

Atentado violento ao pudor
Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de seis a dez anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

A definição de conjunção carnal em direito é a penetração do pênis na vagina, desde que o pênis seja introduzido além do hímen ou que a relação resulte em gravidez. Ou seja, somente um homem pode estuprar uma mulher, qualquer violência sexual que uma mulher faça a um homem, que um homem faça a outro ou que uma mulher faça a outra é configurado como atentado violento ao pudor. Ambos são considerados crimes hediondos.

Você concorda com a legislação ?
Vote na enquete ao lado !

Comissão de imprensa